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Reprodução do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil de 21 de março de 1959, edição com 8 páginas dedicada ao Neoconcretismo onde foi publicado, nas páginas 4 e 5, o Manifesto Neoconcreto, assinado por Ferreira Gullar.
A primeira página, capa, possui o título de Experiência Neoconcreta. Nas páginas restantes, há vários textos independentes (“Poesia Neoconcreta”, “Lygia Clark: uma experiência radical”, o “Manifesto Neoconcreto” propriamente dito, “Ballet /Experiência visual”, “Duas formas no tempo”, “Gabriel Artusi: Música Neoconcreta”, “Amílcar de Castro”1, “O Livro-Poema”, “Franz Weissmann” e “Gravura: Depoimento de Lygia Pape”), com a reprodução de obras visuais e poemas.
Publicado por ocasião da I Exposição Neoconcreta, realizada no MAM/RJ (1959), o manifesto, assinado pelos artistas que participaram da exposição, descreve o movimento "neoconcreto" como uma abordagem radical que, em forte contraste crítico com as ideias teóricas contemporâneas (que circulavam na época no Brasil), combinava elementos racionais e científicos nas obras da vanguarda geométrico-construtiva e, em particular, na chamada Arte Concreta. O manifesto defende uma reinterpretação da arte geométrica (não figurativa) e destaca a importância de artistas como Piet Mondrian e Kazimir Malevich como referências essenciais do movimento que se rebelou especificamente contra as ideias propostas em São Paulo. O documento também insiste no conceito de independência artística em termos de conhecimento objetivo e prático, e compara a arte a organismos vivos, sugerindo que essa perspectiva só pode ser obtida por meios fenomenológicos. Referindo-se a temas da literatura "neoconcreta", o manifesto afirma que os signatários estão livres de quaisquer princípios dogmáticos, embora descreva certas afinidades em seus trabalhos.